Falha em datacenter da Amazon afetou múltiplos serviços no mundo todo e acendeu alerta sobre dependência de poucos provedores de nuvem.
Nesta segunda-feira (20), uma falha de grande escala nos servidores da Amazon Web Services (AWS) provocou interrupções em plataformas digitais, bancos, serviços de streaming e aplicativos em diversas partes do mundo.
A pane teve início na região US-EAST-1, da Virgínia (EUA) — uma das zonas mais críticas do ecossistema AWS — e rapidamente se espalhou, afetando a disponibilidade de serviços baseados em nuvem, APIs e autenticações de usuários.
Segundo relatório preliminar da empresa, o problema envolveu falhas no DNS e no serviço DynamoDB, gerando um efeito cascata em outras camadas de infraestrutura.
Impacto global
Entre as plataformas afetadas estavam Fortnite, Snapchat, Signal, Canva, Robinhood e Duolingo, além de instituições financeiras britânicas como o Lloyds Bank e o Bank of Scotland.
Serviços de autenticação e comunicação corporativa também apresentaram instabilidade, incluindo plataformas de login e sincronização de dados.
A AWS confirmou que o incidente durou cerca de três horas e foi “mitigado” às 6h (horário de Brasília), embora ainda haja registro de lentidão residual em algumas APIs.
Efeitos para o setor de tecnologia
O apagão serve como alerta para um risco estrutural da economia digital moderna: a centralização de infraestrutura em poucos provedores.
Empresas do mundo inteiro, inclusive no Brasil, confiam seus dados e sistemas a grandes nuvens como AWS, Azure e Google Cloud — o que cria um ponto único de falha.
Para profissionais de TI e administradores de sistemas, isso reforça a necessidade de:
– Implementar arquiteturas multicloud ou de replicação entre regiões;
– Planejar estratégias de failover e redundância;
– Garantir monitoramento contínuo e automação de respostas a incidentes.
Reflexos no Brasil
Embora até o momento não haja registro oficial de empresas brasileiras gravemente impactadas, o episódio repercutiu entre profissionais e sindicatos do setor.
Para muitos, o evento é um chamado à discussão sobre soberania digital, infraestrutura local e políticas públicas que incentivem a diversificação tecnológica.
Lição para as empresas
A lição é clara:
– Nenhum serviço, por maior que seja, é infalível.
– Ter planos de continuidade e recuperação de desastres não é luxo — é necessidade.
– Empresas devem avaliar seus RTO/RPO (Tempo e Ponto de Recuperação) e simular falhas regularmente.
Conclusão
O apagão da AWS de outubro de 2025 entra para a lista de grandes eventos que lembram ao mundo que a nuvem não é mágica, é infraestrutura — e pode falhar.
Para o setor de tecnologia e trabalhadores da área, o episódio reforça o papel estratégico da categoria: garantir que sistemas críticos permaneçam resilientes mesmo diante de falhas dos gigantes globais.
Fontes: Reuters, The Verge, TechCabal, TechLoy, The Guardian
Publicado por: SINTINORP – Sindicato dos Trabalhadores em TI
Data: 20/10/2025





